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Ginga e Malícia, através de Mel

Ação Griô na Escola Municipal Engenho Velho da Federação 

Arte Educação – Atividades

Os Mestres e Griõs envolvidos nessa aula saem tocando seus instrumentos com roupas que os caracterizam, em cortejo festivo pelos corredores da escola para buscar os alunos com os quais irão trabalhar com sua respectiva professora.

Acolhimento: Acolher com alegria do abraço afetuoso de boas vindas

Na roda todos se olham, se abraçam, se acolhem.

Cantam e dançam com alegria

Música: Como pode um peixe vivo

              Viver fora d’água fria

              Como pode um peixe vivo

              Viver fora d’água fria

              Como poderei viver

              Como poderei viver

              Sem a sua                  Bis

              Sem a sua

              Sem a sua companhia?

Todos participam alegremente, se disponibilizando para as outras atividades. A roda dos cânticos, cirandas e folguedos continuam.

“Seja bem vindo a nossa comunidade…”

Ciranda cirandinha;

Vamos todos cirandar, 

Vamos dar ameia volta 

Volta e meia vamos dar.                                 

 

Roseira dá-me uma rosa;

Craveiro dá-me um botão,

Menina dá-me um abraço

Que eu te dou meu coração.

 

O anel que tu me deste,

Era vidro e se quebrou,                                    

O amor que tu me tinhas,                         

Era pouco e se acabou.                                    

 

Eu tenho um vestidinho;

Todo cheio de babado, 

Toda vez que visto ele,

Arranjo logo namorado. 

 

Ciranda, cirandinha…                       

Integração e sensibilização – Na roda sentados nas esteiras o facilitador pede que olhem uns aos outros, com atenção.

Fechar os olhos visualizar mentalmente todos os componentes do grupo presentes.

Mandar energia positiva, pensamentos positivos de união, equilíbrio, disponibilidade.

O facilitador explica que cada um, iniciando por ele, irá dizer o próprio nome se apresentando e uma qualidade que já possui ou que está se trabalhando. O companheiro ao lado repete o nome do companheiro e a qualidade dele, acrescenta o seu nome e a sua qualidade e assim sucessivamente cada um fala desde o primeiro a se apresentar e a qualidade, até chegar a sua vez.

Roda de histórias – Incentivar os alunos a ouvir e contar histórias com identidade e saberes do nosso povo e da nossa comunidade.

Algumas histórias são contadas e escolhem uma, ou algumas para serem reproduzidas através do desenho.

Trilha Ação Griô – Comunidade Engenho Velho da Federação

29 de setembro de 2007.

Hoje foi a nossa primeira trilha Griô na comunidade. Com saída às 10 horas da Escola Municipal do Engenho Velho da Federação. Seguimos cantando, saudando a comunidade com orquestra de berimbaus, agogôs, pandeiros, xequerês, viola, calimba, caxixís. Mestre e Griôs, afiados e afinados fizeram coro. Crianças dispostas, com suas fantasias, participaram alegres, cantando entusiasmadas.

Estava presente colaborando o Ponto de Cultura Unegro com representantes Almir e Vanda coordenadora pedagógica do P. de Cultura deles.

Paramos em vários lugares estratégicos onde houve apresentações de rodas de saberes e idades, brincadeiras, danças, e folguedos,bumba meu boi, capoeira, samba chula, contos etc. Fomos na rádio comunitária, falamos sobre o projeto na rádio, as crianças cantaram canções que aprenderam nas aulas griôs.

O bairro do Engenho Velho é muito rico em cultura. Depois da caminhada maravilhosa voltamos para a escola onde ainda brincamos um pouco e nos despedimos com mantras.

 

Lia Spósito – Griô P. de cultura Ginga e Malicia.

Os meninos dos Pregões

 Adilson abriu a porta e sentiu uma baforada de ar entrando barraco adentro. O galo cego cantou no terreiro, anunciando mais um dia para os habitantes do bairro pobre da periferia de Salvador. O menino lavou o rosto e saiu apressado levando o seu porta garrafas térmicas que ele mesmo fabricou com pedaços de madeira que conseguiu na serraria do seu Antonio.

Sua mãe acorda mais cedo e prepara o café para Adilson vender no Campo Grande, ele é o mais velho dos seis filhos que Dona Maria herdou do marido morto por engano por policiais.

Quando Adilson chega no local que vende cafezinho, o dia já está claro, outros meninos vendedores ambulantes já estão no local, nos pontos de ônibus, mercando, cantando suas guias para chamar atenção dos fregueses.

Adilson não gosta de “mercar”, prefere ficar calado. Observa os outros, sentindo uma vontade danada de ser um bom vendedor de cafezinho, ele vê o menino do picolé caminhando de um lado para o outro do ponto, com voz forçada de gente grande 

Ê picolé, Picolé!

Ê picolé, picolé!

Manga, cajá,

Abacaxi e coco.

Canta seu “pregão” que nos faz lembrar praia, sol quente.

Adilson vê outro companheiro vendedor de cafezinho com um carrinho enfeitado, colorido com várias fitas do Senhor do Bomfim que é para proteção.

 — Óia o cafezinho quentinho, madame vai querer? 

De longe vem chegando a voz conhecida de outro menino vendedor de picolé:

Picolé ai, oi!

Picolé aí oi!

Todos de frutas maduras e boas!

Quem vai? Picolé ai, oi. 

Aí chega um ônibus, é uma festa. Eles sobem invadindo, mercando suas guias. Adilson levanta do banco onde está sentado e corre também para perto da porta do ônibus onde os passageiros descem. Um vendedor de fichas telefônicas aparece sacudindo-as em um copo descartável.

“Três ficha é cinqüenta

  Quatro é um vale!”

 Um menino vendendo balas entra no ônibus.

“Cheguei vendendo

Caramelo e dropes ice kiss.

Pague cinqüenta

Aceito vale, aceito passe!

Eu disse, aceito vale

Aceito passe!”

Adilson volta pro seu lugar desestimulado com sua venda, decididamente nunca será um bom vendedor de cafezinho, não tem jeito, não consegue mercar, cantar, pregar sua guia.

Ah! Ele gosta mesmo é de ir para a escola, ler, escrever aquelas coisas bonitas que dona Lurdes sua professora dita pra ele e seus colegas escreverem.

As poesias que ela lê para os alunos, as histórias que a professora conta. Isso sim, faz Adilson menino vendedor de cafezinho, transformar-se num verdadeiro cidadão. E sonha que quando crescer irá lutar por um país melhor, onde todas as crianças tenham direito a estudar, brincar e que os pais tenham empregos para que os filhos não precisem trabalhar para ajudar no sustento da família.

                             Fim

Conto baiano

Autora Lia Spósito

Junho de 1996

Minha infância e juventude no Engenho Velho da Federação   

Valdina O. Pinto – Makota Valdina

Nasci, fui criada e vivo aqui no Engenho Velho da Federação há 64 anos; eu considero um privilégio ter nascido aqui e ter vivido minha infância e juventude num tempo em que muitos dos valores de comunidades africanas ainda existiam aqui. Quem vem morar no Engenho Velho hoje, as crianças, os jovens de hoje não têm a mínima idéia de como era essa comunidade antes; antes era mesmo uma comunidade, com seu jeito próprio de viver, de educar crianças e jovens, de realizar coisas coletivamente, de se entre ajudar.

Do meu tempo de criança eu guardo na memória, muito boas lembranças do ambiente, de pessoas que me educaram e contribuíram para a formação da pessoa que sou hoje. Naquele tempo, precisamente final da década de 40 anos 50, 60 ainda tinha muito verde, muitas fontes por aqui; as casas, em geral de taipa, as melhores de adobe, cobertas com telhas ou com zinco,  todas elas tinham um quintal onde a gente brincava de dia e um terreiro, o espaço aberto na frente das casas onde a gente ficava de noite quando era lua cheia pra brincar de roda, de adivinhações, ouvir e contar  estórias, e outras brincadeiras. Naquele tempo não tinha problema nenhum se brincar na rua porque não se corria o risco de ser atropelado porque não passava carro na rua, não tinha carro; o meio de transporte era o bonde que se pegava ou no 2º. Arco ou onde hoje é a Av. Garibalde no ponto da Ladeira de S. João.  Por outro lado, a gente não sabia o que era violência, armas, drogas; nada disso fazia parte da nossa vida.  

Tinha muito verde, muito mato, e as crianças naquele tempo não tinham medo de entrar no mato em busca de cajá, sapoti, ingá araçá, cajá-umbu, manga, abiu cacau… Um quintal dava pra outro e o limite eram cercas que dava pra gente pular. Onde é hoje a avenida Cardeal da Silva era chamado de Mata-maroto e onde tem as escolas José de Anchieta, Henriqueta Catarino e Via Magia, toda aquela área era chamada de “quebra-laço” onde a gente ia pegar folhas pra sacudir a casa fim de ano e sábado de aleluia, onde também se colocava muitas oferendas do candomblé. Tinha muitas valas e riachos que desembocavam no rio que passava na linha de baixo, hoje Vasco da Gama. Não existiam ruas largas; eram caminhos por onde passavam as carroças. No final dos anos 50 início dos anos 60 é que começaram os melhoramentos aqui no bairro. Em 1955 foi fundada a Associação de moradores e com isso as reivindicações para os melhoramentos no bairro.  

Na minha infância a gente ia para a escola da mestra Menininha ou Dona Augusta, Professor Osmundo que já ensinava num grau mais adiantado; os meninos, os maiores iam aprender algum oficio, no outro turno, geralmente à tarde com algum mestre carpinteiro, pedreiro, ferreiro, sapateiro, mecânico… as meninas iam para as costureiras, bordadeiras, ou ficavam em casa ajudando as mães e ao mesmo aprendendo a fazer de tudo e ainda sobrava muito tempo para se brincar com as bonecas de pano, fazer cozinhados, andar pelos matos catar frutos, subir nas árvores e fazer todas as estripulias de criança que se tinha direito. Naquela época, como se falava, não tinha escola do governo, hoje se diz escola pública; eram as mestras, os mestres que em suas casas recebiam crianças da redondeza para ensinar aquilo que sabiam; ler, escrever, fazer contas de cor e salteado como se falava naquela época.  Primeiro a gente escrevia as letras e os números na pedra e com lápis de pedra; só depois é que usava caderno e lápis. Carta de ABC, Cartilha do Povo, Tabuada e o caderno de caligrafia e mais tarde o livro de manuscritos onde se aprendia a fazer letras bonitas, redondas, miúdas, graúdas, inclinadas, era obrigatório para todos da minha geração. Depois de passar pela escola dos mestres a gente tinha que fazer um teste na escola do governo, no Rio Vermelho – Eurícles de Matos ou Alfredo Magalhães, pra ver em que série íamos começar naquela escola; mas era muito difícil encontrar uma vaga em escola pública naquela época. Eu consegui entrar na Eurícles de Matos em 1952 na 2ª. Série, com 9 anos e fui até a 5ª. Série.  Na década de 60 já tinha uma casa alugada pelo governo para onde vinham professoras formadas e pagas pelo governo para ensinar, mas era muito pequena só com duas salas de aula; essa escola é a Escola Padre José de Anchieta que hoje funciona num prédio próprio num local que naquela época era puro mato e que a gente chamava de Quebra-laço. Quando eu estava pra me formar em professora primária em 1962 eu estagiei na antiga Pe. José de Anchieta.

Mas falando de aprendizagem, de ensino, de educação é bom ressaltar que a primeira escola da gente naquela época, onde a gente começava a se educar, não era na escola; era dentro de casa mesmo, e com a vizinhança. Os pais, os adultos daquela época, à sua maneira era quem realmente educava, quem mostrava e dizia como se comportar. Os valores para se viver e interagir entre nós crianças ou jovens e com os adultos aprendíamos na família, na comunidade, no dia-a-dia vivendo o jeito de viver da comunidade do nascer ao morrer, celebrando as datas festivas, se juntando para construir casas, consertar as ruas, limpando as fonte, enfim, todos os acontecimentos eram compartilhados. Tinha alguns conflitos? Claro que tinha!  Mas, a polícia era nós mesmos. Se um “bate-boca”, um “arranca rabo” começava, chegava um mais velho e terminava no “aquieta – acomoda”  e a harmonia voltava a reinar.

Uma lembrança pra mim muito gostosa é a que eu chamo do rito de nascimento daquele tempo; dos catorze filhos que minha mãe teve eu sou a terceira, e a mais velha das mulheres. Quando minha mãe ficava grávida era hora de preparar as “roupas de pagão”, ou seja, as roupas do novo “neném”, do bebê que ia nascer; toda ela era costurada na mão com meio ponto, que desde cedo, sentada na esteira aprendi a costurar e conforme a forma da barriga e alguns sintomas que minha mãe já sabia se era menino ou menina, se escolhia as cores azul, verde, amarelo bem claro para os meninos e cor de rosa para as meninas; era tempo também de marcar as fraldas de tecido de algodão com ponto de cruz, colocar a “consertada”  de infusão; a consertada que alguns também chamava de meladinha era uma beberagem feita com cachaça, cebola branca, losna, poejo e mel que atuava como remédio para a parida no sentido de consertar o útero da mulher limpando, ajudando a botar pra fora os resíduos do parto, mas também era a bebida que se oferecia a quem fosse visitar a mulher durante o seu resguardo de parto; lembro de minha mãe ou minha avó Maria de Pedro me mandando ou um dos irmãos mais velho avisar as pessoas pra ir tomar a consertada e as pessoas já sabiam que a mulher já tinha parido.  O banho do recém nascido era cercado dum verdadeiro ritual: álcool misturado na água, um óleo que a parteira usava cruzando o peito e as costas da criança, também com os dedos polegar e indicador se marcava covinhas nas bochechas e acima das nádegas; as roupinhas e mesmo a criança eram incensadas. Qualquer pessoa que passasse na rua sabia que um recém nascido estava tomado banho pelo cheiro do incenso, mas também pelo cheiro do escaldado de galinha; isso é que era gostoso! Todo dia, depois do banho do neném, ficávamos no pé da cama esperando o bolo do pirão dado pela nossa mãe. Quando caía o umbigo da criança, era enterrado no fundo do quintal; aí então podia se levar a criança pra rua e a primeira saída era sempre pra se levar no Bomfim. Do mesmo modo quando começava a se firmar em pé e a dar os primeiros passos a criança era de novo levada ao Bomfim. 

Quando se morria naquela época o velório, que naquela época era chamado de sentinela, era feita em casa e, quando a sentinela ocorria durante a noite era regado a mingaus, café com bolachas e broas ( muito mais gostosas que as de hoje ) acompanhado de muitos casos e relembrando os feitos da pessoa morta; em geral se relembravam os fatos engraçados da vida do defunto ou da defunta. Havia sempre alguém que de vez em quando puxava rezas, rezava rosários. O morto era levado a pé para o Campo Santo e na volta se servia alguma merenda para as pessoas que iam para o enterro, que era feito sempre no chão; naquela época só se enterrava em carneiras quem tinha posses.

Até a década de 60 não tinha igreja aqui no bairro. Eu lembro que o que tinha mesmo aqui era muitas casas de candomblé, de todas as nações de candomblé. Quem era católico tinha que ir para a igreja de Santana no Rio Vermelho ou pra Vitória. De tempo em tempo tinha as Santas Missões e aí se fazia batizados, crismas, casamentos, realizava-se missa campal, etc. Na década de 70 foi construída a igreja da Santa Cruz

Naquele tempo, as crianças, os jovens tinham mais respeito pelos mais velhos; não se passava por um mais velho sem tomar a bênção e, se a gente estava brincando na rua e fazia alguma coisa errada, qualquer mais velho, até mesmo algum jovem de mais idade tinha o direito de reclamar e as crianças obedeciam e , quando tinha alguma criança mais atrevida e que ousava responder ao mais velho e os pais vinham a saber, podia esperar surra na certa. Mas também se a gente estava longe dos pais brincando na rua e acontecia alguma coisa com uma queda, um ferimento, qualquer adulto ajudava primeiro pra depois avisar aos pais.

Havia muitos festejos naquele tempo; durante o ciclo natalino tinha bailes pastoris, terno de reis, representação de comédias. Durante o carnaval tinha a batucada Terror do Samba, blocos, cordões que saiam daqui indo até a Fazenda Garcia. Sábado de aleluia tinha queima de judas com leitura de testamento, domingo de páscoa não faltava o pau-de-sebo, o quebra-pote, corrida de saco. Em junho em grande parte das casas se rezava o Santo Antônio e rolava muito samba; quando o dono da noite era mais abastado e na última noite que geralmente era do dono da casa a festa era de jazz . No São João, como no carnaval, grupos se vestiam igual e saíam de casa em casa com o samba, visitando os bairros próximos e grupos  de outros bairros também vinham pra cá; depois na década de 80 influenciado pelo Engenho Velho de Brotas, criamos o Festival de Sambas Juninos aqui também.

Desde a minha infância duas coisas que sempre teve aqui no bairro como diversão foi o samba de roda e a capoeira e os primeiros e mais antigos templos religiosos daqui foram as casas, os terreiros de candomblé e eu espero que todo e qualquer avanço, desenvolvimento que chegue até aqui não destrua o que ainda temos até hoje.

A Lenda do Guaraná

Mito dos Índios Sateré – Maué

Textos e ilustrações Ciça Fittipaldi

O guaraná é gozado. A casquinha dele abre e lá dentro tem um olhinho espiando a gente.

Diz que lá na lonjura do tempo, no comecinho de todas as coisas, existiam três irmãos. Dois eram homens, e a irmã, Onhiamuaçabê, era moça bonita, também chamada Uniaí.

Uniaí era dona do Noçoquem, um lugar encantado, do encantamento mais bonito que a terra tinha. Só ela conhecia todas as plantas de lá. As de comer, as de fazer remédios, de fazer cuia, de tirar contas pra fazer colar. Tudo que os irmãos precisavam, ela é que sabia. Mas ia mostrando aos poucos.

Foi ela que plantou no Noçoquem, uma castanheira que cresceu muito, ficou alta demais da conta!

Uniaí não tinha marido.

Naquele tempo, os bichos também eram gente e todos gostariam de casar com ela. Os irmãos de Uniaí não queriam: melhor que ela ficasse pra sempre com eles., arrumando tudo que precisavam.

Entre os bichos, a cobra foi a primeira a expressar o seu desejo.

Todos os dias espalhava no caminho um perfume, que alegrava e enternecia o coração de Uniaí.

Ela passava por lá e admirava:

Que perfume gostoso que tem aqui!

A cobra sempre ali perto, de tanto ouvir elogio, acabou se animando:

— Ela gosta de mim eu não disse?

E foi esticar-se mais adiante, no meio do caminho.

Quando a moça passou, a cobra olhou com firmeza nos olhos dela e desejou que fosse sua esposa. Com este simples encanto, qualquer alguém, árvore bicho, ou gente, já estava casado e gerava um filho.

Assim, Uniaí ficou grávida, no encantamento de um perfume.

Seus irmãos não gostaram nada, nada:

— Agora ela só vai cuidar da criança, não arranja mais nada pra gente.

Ficaram furiosos! Não queriam ver a irmã com filho, de jeito nenhum.

Então ela foi embora do Noçoquem.

Nesse tempo, a castanheira já tinha espalhado a sua copa como um céu verde de tão grande. E nos galhos pendurava seus ouriços, que nem caixinha de surpresas, que são as castanhas que tem dentro.

Uniaí fez sua casa bem longe, perto de um rio. A criança nasceu forte e bonita. Ela banhava a criança no meio de tantas borboletas que gosta da beira da água. E lá foi crescendo o menino, cada vez mais forte e mais bonito.

Uniaí contava pra ele as histórias do Noçoquem, contava das plantas, dos tios, da castanheira.

Logo que aprendeu a falar o menino desejou:

— Também quero comer castanheiras. Quero as frutas que os tios tanto gostam.

— Está difícil meu filho. Agora seus tios tomam conta do Noçoquem.

a gente não pode entrar lá.

O menino, porém continuou a pedir as frutas tão boas de comer.

— Está perigoso, meu filho. Seus tios colocaram de guarda a cotia, o periquito e a arara.

— Mesmo assim eu queria…

Queria porque queria. Querer é desejo.  Foram.

Aconteceu que a cotia, passando pelo Noçoquem, viu no chão, debaixo da castanheira, as cinzas de uma fogueira, onde tinham assado castanhas. Correu, foi contar. O periquito também viu, e a arara confirmou.

Daí, os dois irmãos decidiram mandar o macaquinho-boca-rocha tomar conta da castanheira:

— Se aparecer alguém, alguma gente, algum menino, trate de pegar e sumir com ele.

No dia seguinte o menino queria comer mais castanhas. Como já sabia o caminho do Noçoquem, foi sozinho mesmo.

Desta vez o macaco viu o menino subir na castanheira.

Bem escondido pelas outras árvores, armou o arco, disparou flechas.

Caiu um montão de castanhas, caiu o menino junto.

Quando deu por falta do filho, Uniaí saiu correndo para o Noçoquem. Correu, correu o mais que podia.

Uniaí encontrou seu filho sem vida nenhuma. Soprou, soprou, nada.

Aí chorou, chorou muito e triste, triste, chorou tanto!

Seus tios fizeram isso.Queriam você desse jeito, sem vida.

Mas não será assim! De você faço a semente da planta mais poderosa que já se viu!

E, plantando a criança na terra, como que cantava:

“Grande será curador dos homens!

  Todos terão que recorrer a você

   Pra acabar com as doenças, ter força na guerra,

   Pra ter força no amor.

   Grande será!”

Primeiro do olho esquerdo do menino nasceu uma planta

Que não era forte. Era o falso guaraná, que ainda existe e os índios chamam

 de “uaraná-hop”. Depois, do olho direito, nasceu o guaraná verdadeiro, que os índios chamam de “uaraná-cécé”. Por isso é que o guaraná é assim que nem olho de gente.

Dias depois, Uniaí foi ver a planta que criou. O guaraná estava grande, cheio de frutas. Debaixo do guaraná, encontrou seu filho, alegre, forte, lindo.

Este menino que nasceu que nem planta, de dentro da terra, foi o primeiro índio Maué.

Ele é a força e a vitalidade. Ele é a origem da tribo.

                                           Fim

Relatório do Mestre Braço de Ferro Mestre tradição oral.

Ponto de Cultura de Capoeira Ginga e Malicia.

Projeto: Ação Griô (cultura viva)

Esse é o  grupo de tradição oral  que desenvolve rituais semanais e aulas. Espetáculos com cantorias, danças e contação de historias que vincula um participante com a sua ancestralidade, é um junto simples e bonito de ensinar e aprender, com as brincadeiras, arte, ciência e mitos, com Mestre Marinheiro, Mestre Nelito,Professora Lia Professora Vera, Professora Valdina,

Pró Mel e Mestre Manoel,

Recomeçamos ensinar na escola Municipal do Engenho Velho da Federação, com a parceria educadora Vera Almeida e colaboradora do projeto Ação Griô e as professoras da super cidade. 

Uma apresentação na Escola, de teatro e a história,os versos, encontraram  os garotos aprendizes, que compareceram na aula, eu acho que os meninos estão mais felizes. Estão amando um aos outros, estão mais amigos, a professora Lia fala sobre a qualidade de cada um deles. Braço de Ferro fala dos seus versos, Mel conta  e canta histórias, Nelito fala sobre os instrumentos a cada um deles, Marinheiro fala sobre capoeira tradicional criada pelo Mestre Bimba.

Os meninos viajam nas explicações de todos os Mestres, a professora Valdina  Mestre Braço de Ferro e Mel falam sobre as escravidões.

Só conhecia as historias terríveis que os mais velhos contavam, lembrando da escravidão da senzala. Da humanidade, das mortes dos Navios Negreiros.

Em 1670, Palmares vive seu apogeu, mais 50 mil habitantes livres, distribuídos em vários mucabos, Zumbi é responsável pela muita mudança que aconteceram neste ano, os mucabos de escravos invadiram tudo que por lá existia.

Com pareceria com a Escola Municipal Engenho Velho da Federação, fortalece o nível pedagógico e político internacional.

Projeto Ação Griô 

Quando iniciamos o projeto Ação Griô na Escola Engenho Velho da Federação em julho de 2007, foi um salto muito significativo. Acolhíamos os educandos com músicas, sentados em esteiras no chão. Sensibilizados, disponíveis, despertos para o novo tão antigo que é a arte de ouvir, criar, contar, cantar e dançar a tradição oral da nossa cultura, do nosso saber de matrizes africanas e indígenas. E assim nasce um novo momento, uma nova história na escola e na comunidade da antiga “Baixa da Égua” hoje Rua Neide Gama. Onde velhos Mestres e Griôs, moradores, muitos nascidos e criados no bairro do Engenho Velho da Federação. Contam, cantam e dançam a história do bairro e de suas tradições.  A pedagogia que o Ponto de Cultura Ginga e Malicia abraçou resgata os costumes, os saberes, a identidade do indivíduo, através da capoeira, do teatro, música, folguedos, 
 O educador do projeto Ação Griô tem por meta trabalhar uma nova pedagogia, novos paradigmas, novas posturas pedagógicas que integram os saberes da tradição oral, história de vida de cada educando e educador, o fortalecimento da sua identidade e da sua ancestralidade. Possibilita e incentiva os estudantes a expressarem todas as suas potencialidades de seres humanos. A vitalidade, isto é, o potencial que nos faz estar na vida com coragem, disposição, alegria e entusiasmo; a Criatividade é a possibilidade de criar, de participar, de transformar e de expressar os sentimentos; a Afetividade é a alegria da relação afetiva, da amizade, do amor, do vínculo, da solidariedade e do altruísmo; a Transcendência, a busca pela harmonia, pelo equilíbrio, fazemos parte da criação divina, fazemos parte do cosmo.O novo educador, que exige uma mudança existencial, uma nova maneira de ver o mundo, um novo paradigma. Ao contrário do currículo que o sistema de educação, propõe às escolas, que é castrador,  que impõem um enquadramento militarista e etnocêntrico. Com valores e visão unilateral, que leva a um processo de embranquecimento e exclusão, O educador griô propõem levar a sala de aula o brincar o jogo, os  rituais africanos e indígenas, jogos e brincadeiras. (que pode ser com um instrumento, um acessório, um chapéu, uma espada de madeira, uma flor um sapato etc.) As atividades acontecem de forma espontânea, o círculo gira o tempo todo, e as histórias vão ganhando forma, os personagens vão surgindo, os corpos vão significando, os olhares se afirmando, o ritual acontece. A musicalidade é algo fundamental assim como as longas pausas que constitui o momento.   

 Ação Griô é o reconhecimento de um percurso de educação e da pedagogia do afeto, pois, quando atuamos em educação, o importante é nos indagarmos o porquê escolhemos esta área? Qual o nosso compromisso com os educandos?  E o que desejamos para inovarmos?

 

Ponto de cultura Ginga e Malícia

O griô aprendiz

A benção

A todos os presentes os ausentes, aos mais novos e aos mais velhos

Um trabalho de resistência, persistência de encantamento e conquista do griô aprendiz. A principio conquistar a escola não foi lá muito fácil, o corpo docente se manteve muito resistente ao projeto ao contrário das crianças.  Propor uma rede de articulação dialógica através das sistematizações, das capacitações continuadas na escola, fazer o intercâmbio entre os outros pontos de cultura de Salvador que estão inseridos no projeto ação griô. Reunir os mestres a fim de avaliar  cada contribuição, sensibilizar  os professores, porém a gestão resiste ao projeto inviabilizando muitas vezes o contado dos griôs com a escola.

Salvador que integram o projeto ação griô (Mel, como fica essa frase?)

Propor uma rede de articulação dialógica através das sistematizações das capacitações continuadas na escola propondo um intercâmbio entre os outros pontos de cultura de, pois quando passamos as pessoas já dizem: – Olha os Griôs!

 

Esse espaço que criamos e que valoriza a ancestralidade, o saber ouvir e falar, a esperar, escutar o silêncio, sentir a nossa espiritualidade, e quebrar tabus e ressentimentos, um lugar de seres humanos, feito com humanos e para humanos.

 

O cantar, o dançar, o jogar e o tocar não apenas os tambores, mas, o outro, através das histórias cantadas e cantadas. (?)

 

Recebemos, inclusive, dona Cici na escola . As roupas são de sambadeiras e sambadeiros de sambaxula, esta minha roupa que está sendo construída com a  oficina de retalho da escola, nós utilizamos atabaque berimbau, fazemos sempre a caminhada e levamos as crianças para o local de aula, passamos a receber convites dos educadores para participar da semana pedagógica, mostramos o que é a pedagogia griô num congresso de educacao de Lauro de Freitas, nós produzimos um material especial com a pedagogia griô , educação biocêntrica, fizemos um material de histórias. A príncipio, chegou a gente que isso era coisa de candomblé e coisa do diabo, e a gente teve que mostar que a gente tarbalhava com religiosidade, com a sabedoria integral, ameaçaram tirar a criança da escola, e nós conversamos para ela vir assistir, foi um sacrificio para ela ir, mas conseguinmos que ela fosse e vencesse o preconceito. Tem histótias da cor da cultura. Tem uma questao deles nao se aceitarem como negro, podem aceitar grafite, mas não negro e como é que a gente faz  diante disso. Temos as histórias de contos africanos, e outros contos,  e a programacao do curso todo na escola, nós apresentamos o plano todo para a escola. A gente divide a bolsa com a  educadora, ela era aposentada e voltou porque ficou encantada, a gente chama de aula espetáculo, caminhada. O material é uma dificuldade, nosso material didatico são as pessoas, a comunidade a gente faz.

 O ação griô , mexeu com toda a minha vida, eu como professora já não sei trabalhar sem essa questão dos griôs, foi muito louca porque os professores se vêm de novo como brincantes, os professores se reportam a memória emotiva, eles acabam lembrando de memórias das mães e valorizando eu local de origem, se percebendo, eu aprendi a olha com outro olhar a sabedoreia dos mais velhos, na métropole o que está presente e chega de imediato é que tem valor e vc voltar no tempo, e ouvir, é muito novo, na verdade, eu redirecionei meu caminhte, o de educadora, não quero mais esse achimo de fingir que ensino e meus educandos fingem que aprendem. Quando a gente passa na rua as crianças já falam, lá vai o griô. Mestre Nelito falou que poucas vezes eu me emocionei na vida como agora. A gente trabalha também a pedagogia do afeto. O que a gente faz  quando um menino diz que o outro é de nariz de panela, nego tifu, cabelo duro, nao pode fingir que nao ouviu. A gente tem que trabalhar o respeito ao outro.

O que podemos acrescentar, revisto, refeito a que já fazemos, e com quem, e ser aprendiz. 

Bom, como a gente vai chamar este projeto, a gente chamou de construção de alguma coisa; foi mestre braço de ferro, depois a gente foi para caminhos do coraçao, outra pessoa falou os te faz com muita verdade sabedores da baixa da égua, porque a gente, não é fácil concorrer com bbb, 78910.000 da globo,  Nossa parceira educadora é mais parceira do que a gestao da escola, tenho aprendido muito com todos eles. Minha consciência negra é de todas as cores, é Macota, que é uma consciência negra no dia-a-dia, na hora que vai numa loja e te tratam diferente, é sistemática todos os dias, a todos os momentos. Nós trabalhamos com a metodologia da circularidade, tudo provoca a roda em qualquer lugar, e com a oralidade, e a ludicidade, com a brincadeira do boi, da coca a gente aprende com a vida, a memória , a religiosidade.

Capacitaçao com professoes.

Sobre a canção da identidade de cada um.

 

É uma proposta de  Educação viva expressa no dia-a-dia de pessoas e saberes que fazem e refazem o aprendizado, encenando, aplicando, criticando e politizando, é assumir uma postura que “desafia” a sala de aula e que transforma com ousadia, criatividade, com harmonia e  confiança é um aprender constante, uma relação entre a teoria e a prática.

Educação é também descoberta de saberes extra-sala de aula (academia) é o fazer, refazendo, com emoção, afetividade, experimentação e busca de novos métodos. É Um caminho que nos deixa a  vontade para “curiosear” as varias possibilidades de transformar a sala de aula oportunizando os saberes que compõem a nossa diversidade cultural. A escolar como local de encontro que pode ser , resignificado, afetuoso, um, local que nos condiz às reflexões a partir do pensar dos educandos e educadores, que nos permite saber um pouco mais da história de cada um. Sua trajetória na busca do acontecer evolutivo e continuo construído a partir das nossas conquistas, dos nossos acertos e erros, mas, sobre tudo, a partir do desejo de “Marcar” o outro, educar deixando sensações, emocionar a nossas lembranças através da capacidade de sonhar.

O reconhecimento da ancestralidade, o saber ouvir e falar, a esperar, escutar o silêncio, sentir a nossa espiritualidade, quebrar tabus e ressentimentos, um, lugar de seres humanos, feito com humanos e para humanos.

O cantar, o dançar o jogar, e o tocar não apenas os tambores, mas, o outro, através das histórias cantadas e contadas.

 Uma pedagogia que transcende o tempo, que inova e compartilha saberes, que nos faz descobrir o nosso lugar de origem, descortinar os mitos, refaz a estética da sala de aula. Educação de tradição oral, dialógica, política, onde o ensinamento é compartilhado a partir de coisas concretas – ensinamento dos princípios e valores. Uma educação que entendemos ser protagonica e real é o aqui e o agora, passado, (ancestralidade) presente (nos) Futuro (sociedade). Educação das relações étnico-raciais e inserção da cultura afro e indígena. Educar Vivenciando as manifestações culturais identificando a sua história  como história da comunidade.

Valorizar da família, o ser solidário, cuidar do outro, a ato de pertencimento, religiosidade, descendência, ancestralidade,

Respeitar os mais velhos e identificá-los como Mestres e Griôs de Tradição Oral: sabedoria Popular. A Ação Griô vem resgatar a figura do velho que é sábio que entende dos segredos da vida, que vincula e veícula o saber da ancestralidade, da tradição.

São contadores e cantadores das tradições orais. São caminhantes que não desistem. Nem com as tempestades, nem com o sol escaldante. Estão sempre atentos. Seu canto de viola, o cordel, os repentes, as quadras, os mitos africanos, as lendas indígenas, as cantigas de ninar, as rodas, cirandas, maracatus e sambas vão repassando, cuidando para aqueles que aprendem não esqueçam jamais quem são. Sua origem, sua história, seus antepassados, seus ancestrais indígenas. E assim nasce um novo momento, uma nova história na escola e na comunidade da antiga “Baixa da Égua” hoje Rua Neide Gama. Onde velhos Mestres e Griôs, moradores, muitos nascidos e criados no bairro do Engenho Velho da Federação. Contam, cantam e dançam a história do bairro e de suas tradições.  A pedagogia que o Ponto de Cultura Ginga e Malicia abraçou resgata os costumes, os saberes, a identidade do indivíduo, através da capoeira, do teatro, música, folguedos.

O educador do projeto Ação Griô tem por meta trabalhar uma nova pedagogia, novos paradigmas, novas posturas pedagógicas que integram os saberes da tradição oral, história de vida de cada educando e educador, o fortalecimento da sua identidade e da sua ancestralidade. Possibilita e incentiva os estudantes a expressarem todas as suas potencialidades de seres humanos. A vitalidade, isto é, o potencial que nos faz estar na vida com coragem, disposição, alegria e entusiasmo; a Criatividade é a possibilidade de criar, de participar, de transformar e de expressar os sentimentos; a Afetividade é a alegria da relação afetiva, da amizade, do amor, do vínculo, da solidariedade e do altruísmo; a Transcendência, a busca pela harmonia, pelo equilíbrio, fazemos parte da criação divina, fazemos parte do cosmo.O novo educador, que exige uma mudança existencial, uma nova maneira de ver o mundo, um novo paradigma.

Ao contrário do currículo que o sistema de educação, propõe às escolas, que é castrador,  que impõem um enquadramento militarista e etnocêntrico. Com valores e visão unilateral, que leva a um processo de embranquecimento e exclusão, O educador griô propõem levar a sala de aula o brincar o jogo,os  rituais africanos e indígenas, jogos e brincadeiras. (que pode ser com um instrumento, um acessório, um chapéu, uma espada de madeira, uma flor um sapato etc.).As atividades acontecem de forma espontânea, o circulo gira o tempo todo, e as histórias vão ganhando forma os personagens vão surgindo os corpos vão significando os olhares se afirmando o ritual acontece.A musicalidade é algo fundamental assim como as longas pausas que constitui o momento.   

 Todos se apresentam e pede a benção.(o dar e o receber). E a roda das sensibilizações do doar e do receber energia  corpórea a quebra do orgulho e da vaidade.(seu coração em meu coração, meu coração em seu coração quebra-se o orgulho quebra-se a vaidade eu beijo sua mão tu beijas minha mão).Abraço afetuoso.Finalizamos na circularidade onde a celebração da vida acontece.   ­­­­­­­­­­­­

Cases:

Gabriela, 11 anos, 3° série.

“A aula da Ação Griô é boa. Tem Bumba Meu Boi tem caminhada, o teatro, a dança indígena, a aula de história africana, a capoeira.

Nas aulas tem o professor Nelito, Marinheiro, Braço de Ferro, Lia Vera, Macota, Mel.  “Tem tudo isso e tem aula de percussão e de várias coisas.”

Alessandro 12 anos

“Eu sou novo na Ação Griô, por isso que não sei direito sobre essas aulas, mais eu sei que é muito bom.”

Marcela 3° série

“Nós já brincamos da brincadeira do pisa no milho, nós já cantamos a música da pedra da índia, e também os índios vieram aqui na escola e dançaram. Contou as histórias dos indígenas, dos negros, e já fizemos passeata pelo bairro e o teatro do bumba meu boi.”

Sabrina 3° série.

“Ação Griô é um negócio importante, ensina muitas coisas importantes.

Tem música, dança brincadeira, teatro.

Lá no mar tem uma pedra, nessa pedra mora uma índia.

Eu sou negra, eu gosto de ser negra.

Mas tem gente que não gosta. “Mas eu gosto de ser negra e dos índios.”

Emilia 10 anos

“A Ação Griô é muito boa.

Ensina sobre a nossa cultura brasileira, a nossa verdadeira identidade cultural. Eu sempre vou para Ação Griô porque vale à pena. A gente canta música indígena, música brasileira. Eu aprendo muita coisa na ação griô.

Pró Mel é linda, pró Vera também, pró Lia é muito legal.

“O Ação Griô é muito, muito, muito legal.”

Adriana 11 anos. 

“A ação Griô ensina coisas interessantes. Histórias do bairro, coisas da vida, a cultura africana, a literatura de cordel. Já fiz uma caminhada pelo bairro, fomos na rádio. Pretendo fazer mais passeata com os professores griôs, e quero me esforçar para ser uma menina griô.”

“A Ação Griô ensina a ser griôzinho aqui.

Griozinho é ser griô pequeno. Eu sou uma griôzinho. Meu nome é Michele uma aluna do Griô. “